terça-feira, 27 de julho de 2010

00:35, uma saída do túnel.



00:35, fumo um cigarro, esgoto os pensamentos, pensamentos sobre uma coisa qualquer, alguma coisa perdida. Escrevo os meus versos, tristes versos, já nasceram assim, tomaram vida, tomaram minha vida, contando histórias dos reinos em mim.
Outro trago e penso que não sei quem sou, sou um abismo largo, uma calçada na esquina, um banco de praça, floresta virgem, devastada, está em chamas. Mas soa estranho, esse penar é tão vago que me atraio a pensar que seria melhor não pensar.
Agora, penso em outro cigarro, penso que a vida é persistente, persiste nos rios imundos, persiste na boca da noite, na ânsia de vômito, esmorece na presença da febre. Penso na violência do amor, na bondade divina, na virada dos rumos, na saída do túnel.

(in) Sanidade?



"Escuridão já vi pior de endoidecer gente sã".


"Você fala em sanidade como quem pode fazer, você tenta falar a verdade, só que não tem nada pra dizer".

O que de fato é a insanidade? Numa consulta ao dicionário encontrei as seguintes definições: 1 qualidade de insano, 2 demência, 3 falta de juízo. Contudo, acho que essas definições são irrelevantes para o conteúdo da crônica, já que me interesso mais em abordar outras questões. Afinal, quando é possível se (auto) diagnosticar a insanidade? Que perccaulsos da vida nos conduzem até ela? Bem, acho que é complicado encontrar um ponto para delimitar quando esta doença começa a atacar o homem. Mas, sei que em uma mundo tão repressivo como este qualquer pessoa está sujeita a adquirir algum tipo de problema mental. Desde os primórdios, o homem sempre teve que lidar com diversas cobranças, como: ser o melhor caçador, conseguir um bom casamento, ter carro do ano, passar no vestibular e etc.

Alguns alcançam o estágio de insanidade devido ao alcoolismo, outros recorrem ao uso de substâncias ilegais para amenizar os males da vida. Entretanto, quem já não se fez a seguinte pergunta: será que estou ficando louco?

No meu caso, já me fiz essa pergunta diversas vezes. Por diversas vezes me questionei a respeito da minha sanidade, já passei algumas semanas sem entender se eu estava realmente no controle ou se era o outro. Aquele outro, aquela outra pobre face que de tanto lidar com o desespero e a opressão se rebela.



sábado, 3 de julho de 2010

Mudança ( De malas prontas ).

 
Por diversas vezes, ouvi a seguinte frase: o ser humano é super adaptável. Então por que nos custa tanto arrumar as malas e partir? Creio que não é o receio da mudança, da incógnita presente no que está por vir que aflige o homem, mas sim um medo de deixar a sua zona de conforto. Isso mesmo, geralmente, somos preguiçosos e nos habituamos até mesmo com as nossas maiores dores, e então ao invés de nos aventurarmos em busca de mudanças passamos apenas a fantasiá-las  enquanto permanecemos "confortáveis", num desses sofás da vida. Sendo a vida uma constante em movimento, por que pequenas mudanças nos perturbam tanto?  Para alguns o simples ato de trocar de emprego é um fato assustador, já outros repudiam à ideia de mudar de cidade, se afastar dos amigos e etc... Até mesmo investir em uma nova relação amorosa já é uma mudança dolorosa para alguns. A verdade é que sofremos demais por antecipação, nos preocupamos com as coisas que uma mudança pode nos tirar e ignoramos que mudanças também nos acrescentam muito.
 Bem, escrevo essa crônica não para ditar verdades, mas apenas para aliviar o fardo de estar fazendo as malas. Sim, estou fazendo as malas, a vida clama por mudanças... Estou fazendo as malas, não sei para aonde vou e nem que peças de roupas devo levar, só espero não esquecer um agasalho e passar frio. Então isso é tudo, leitores, espero que essa crônica possa ajudá-los a fazer as malas. Não temam as mudanças, às vezes é preciso engolir a dor, deixar algo morrer para que o novo possa surgir. Se observarmos a natureza veremos que o mundo sempre esteve em transformação, há um tempo determinado para cada coisa, o nascer e o pôr do sol, a duração das estações e etc... Por isso apenas façam as malas e se lembrem de não esquecer um agasalho.