segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Paciência


“A gente espera do mundo e o mundo espera de nós um pouco mais de paciência”.

“Será que o trem é que passou, ou passou quem fica na estação?”.

Será que somos uma estação sempre a espera de um trem? Talvez a vida seja uma estação lotada e os usuários dela sejam as pessoas que nos envolvemos e partem a seguir, ou pegam o mesmo trem conosco e nos acompanham por parte do trajeto. A espera pelo trem também se assemelha à ânsia que todos possuem pela realização dos seus desejos. Mas, a vida é tão arteira que pode acompanhar, furtiva, cada detalhe não mencionado na metáfora acima. Às vezes é o trem que se atrasa e ficamos impacientes com a espera, às vezes somos nós que nos atrasamos e perdemos o trem, então ficamos estressados com o nosso desleixo e começamos a nos martirizar. E se fosse um ônibus? Certamente, discutiríamos com o motorista, o culparíamos por não ter percebido a freada do carro à frente, ou culparíamos o governo pela falta de políticas públicas para redução de engarrafamentos.
Da janela da condução as árvores correm, mas estão sempre paradas, pacientemente, cumprindo o seu dever. Danem-se as leis e considerações da física...Por que não temos a mesma paciência que as árvores? Sei que este é apenas um comparativo absurdo e impossível, afinal, o mundo nos manda correr. Mesmo assim invejo a árvore por morrer de pé! Mas, que maldito mundo é esse que nos manda correr? O que ele de fato quer de nós? Será justo o que preço que ele cobra? O mundo está sempre nos colocando a ajustar os nossos despertadores (despertadores que compramos com dinheiro, dinheiro que recebemos em troca da doação do nosso tempo de vida) para não perdemos o trem? E no dia em que o despertador quebra e perdermos o trem...Será que o mundo nos oferecerá um julgamento honesto? Quase sempre não, a maioria dos julgamentos que vejo se baseia no $ e tempo é $.
Tantas palavras, após tantas dores compartilhadas...Como ter paciência? Será uma questão de meditação, autocontrole? Não sei, faz algum tempo que estou parado numa mesma estação, desejando o que tempo não muda e o que o vento não leva. Detesto ser estação, queria mesmo ser a paisagem que corre vista da janela da condução. Mas, é preciso ter paciência, crescer e se acostumar com as perdas, com as coisas que nos impõem. É preciso crer no amanhã. É preciso ter paciência, afinal, a vida é tão rara!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O poder de pensar, riqueza ou maldição?

 
São seres intocáveis, ao menos até que alguém os pronuncie, alguns dizem que neles está o poder da transformação. Após muito pensar Albert Einstein desenvolveu as bases teóricas para a bomba atômica...Creio que seja de conhecimento de todos para o que ela foi utilizada! Em meio a inúmeros debates e “exaustivas” reuniões os políticos decidem o rumo do nosso país, me parecem homens instruídos, hábeis na arte de pensar. E como estamos? O que pensava Deus quando fez o homem? Não sei, neste momento penso, apenas penso e vejo que sou um ser ainda repleto de dúvidas. Com certeza, preciso me aprimorar nesta arte de pensar. Mas, será que o caminho para o desvendar de todas as respostas está na arte de pensar? Bem, é claro que não prego a ignorância, pois creio que o fato de pensarmos é o que nos diferencia dos animais. Também noto que em alguns momentos o ser humano consegue ser mais nocivo do que muitos animais. Pergunto-me, onde estão os nossos bons sentimentos? Em que casa residem os bons pensamentos? Talvez morem longe, ou quem sabe estejam afastados demais uns dos outros, do contrário à força do pensamento se converteria sempre em acumulo de riqueza.
Bem, melhor eu não seguir tão pessimista. Sei lá, afinal, inventamos a roda, o telefone, o avião... Aprendemos a reduzir distâncias. Nesse instante mesmo, alguém deve estar se empenhando para descobrir a cura para alguma doença. Talvez alguém até esteja orando por nós, sim por nós, por TODOS NÓS...
                                                                                


O poder de pensar, riqueza ou maldição? Realmente, essa não é uma pergunta difícil. Depende de quem pensa, depende do que se planeja. Mas, às vezes planejamos o melhor e alguém subverte para nós depois, certamente, Santos Dumont só queria encurtar distâncias ou sentir o frescor dos ventos. Porém, a sua invenção foi utilizada como máquina de guerra e isso o fez suicidar-se. Engraçado, né? Devido a casos como esses é que penso que essa questão não é tão simples. Pensar é uma arte que nos conduz a diversos avanços, mas ao mesmo tempo a alguns retrocessos, pensar é uma arte tão complexa que às vezes os que não conseguem dominá-la bem acabam loucos. Tornam-se excelentes filósofos loucos rs! Mas, quem é normal? O que é certo? O que é o bem, o que é o mal? O que pensava Deus quando nos criou? Quem é Deus? Essas respostas eu deixo para vocês, leitores rs. Boa sorte na arte de pensar e cuidado!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Guerra, war, La guerre...


“O pensamento é a guerra, a guerra civil do ser”.

" Pra que exportar comida se as armas dão mais lucro na exportação"?

“Uma guerra sempre avança a tecnologia, sendo guerra santa, quente, morna ou fria”.

Guerra, não conheço esta palavra em muitos idiomas, contudo parece que é dispensável citá-la  em mais línguas a procura  de outras definições, já que creio que ela possui uma total ausência de explicação. Seja qual for a sua motivação, religiosa, intolerância étnica, busca pelo poder e etc. Uma guerra apenas gera sofrimento, destrói famílias e macula os corações daqueles que não a desejam. Através de uma pesquisa que realizei descobri que a Primeira Guerra Mundial matou 10 milhões de pessoas. A Segunda Guerra, mais 50 milhões. A Guerra Fria, outros 20 milhões. Para mim, esta é uma triste contabilidade, Não bastam às medalhas! Será que uma guerra forma mesmo heróis? Será que a incompreensão e os interesses políticos podem ficar acima das vidas humanas? Quanto vale uma vida? Nós seres humanos somos a única espécie que é capaz de tirar a vida de um semelhante sem justificativas plausíveis, “o homem é o lobo do homem”. Até se levarmos em conta o caso dos animais veremos que eles apenas matam por uma questão de sobrevivência, auto sustento e auto defesa.
Recentemente em 2003, os EUA e o Reino unido invadiram o Iraque com a justificativa de acabar com as supostas amas químicas que jamais foram encontradas pelas forças de ocupação. Outra justificativa foi a suposta ligação de Saddam com grupos terroristas, outra alegação que jamais foi comprovada. Certamente, a única justificativa era a busca por acumulo de poder através do roubo dos recursos naturais iraquianos (petróleo). E será que essa motivação é suficiente para justificar as mortes dos soldados envolvidos?
Na guerra da independência de Angola (1961- 1974) houve uma revolução na qual as forças armadas portuguesas lutaram contra vários grupos independentitas angolanos. Após essa luta, iniciou-se uma guerra civil que durou até 2002, como resultado desse conflito ainda hoje há uma média de uma mina terrestre para cada habitante do país.  Devido a isso na Angola  até hoje se registra um alto número de mutilamentos. Será esse o legado que a guerra tem para deixar?
O fato é que parece que não aprendemos nada com a história, as guerras sempre existiram e continuam soltas alastrando o seu rastro de destruição, contaminando o que deveria ser uma terra de paz para as gerações futuras. Será que o ato de guerrear é uma aptidão inerente ao ser humano? Não sei. O que sei é que paz é uma utopia distante, já que continuamos a guerrear, seguimos inventando novos tipos de guerra, guerras, civis, guerras psicológicas, guerras do eu. Quem dentro vós se considera em paz, livre dos tormentos causados pelo egoísmo humano e pela falta de compreensão? Estamos todos em guerra, em guerra contra um capitalismo desumano, em guerra contra os nossos vícios, em guerra contra os fantasmas do nosso passado. E por que vivemos sempre em guerra, será uma estratégia de defesa ou falta de amor? Sinceramente eu não sei, afinal, também estou em guerra e estou tão cansado dos golpes que recebo e das mazelas que vejo por aí. Estou sempre caindo, mas me resta ainda sopro de luz.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A arte de dizer não.

“Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira”.

“A hora do sim, é um descuido do não”.

Palavras são chaves, estradas que conduzem o homem a caminhos de redenção ou devastação. Por isso ao dizê-las, no instante em que o ar vibra as cordas vocais e torna-se mágica, é preciso cuidado! Será o sim um descuido do não? Às vezes sim, já que muitas vezes é comum se desviar da própria vontade apenas para satisfação alheia. Afinal, leitores, quem dentre vós já ficou um pouco mais querendo ir embora? Por diversas vezes, emprestamos o melhor de nós apenas por não possuirmos talento para recusar. Entretanto, a cada sim sem vontade que dizemos para alguém estamos recusando a nós mesmos! Agindo dessa forma nos tornamos nossos próprios carrascos...Que doença é essa que faz alguém preferir jogar-se numa prisão apenas para ceder as escolhas do outro?
Deixo expresso que o intuito deste texto não é estimular um individualismo cego, já que também creio na doação como uma outra forma de arte. Mas, tratando-se de arte bom entendedor é aquele que sabe interpretar as intenções. É impossível ser feliz sozinho, sem reconhecer à dádiva da doação, mas ao mesmo tempo é impossível ser feliz negaceando sempre a si mesmo. Então cabe ao homem colocar os pesos na balança.
Quando se trata de mim, estou sempre a me policiar em relação a esse assunto. Às vezes entendo que o melhor é esperar o outro, ficar um pouco mais e ouvir. Mas, não quero que o meu sim seja sempre um descuido, não quero estar em segundo plano. Afinal, parte do conceito de ser livre é ter as rédeas das suas próprias decisões e fazer o seu caminho, seja ele de terra, asfalto quente, ou até mesmo repleto de espinhos.

Nota do autor

Um agradecimento especial a uma colega virtual, por ter sugerido o tema e ter me ajudado na escolha da imagem. Vlw, Rose.

domingo, 5 de setembro de 2010

No salto alto (convenções)!



“Você não sabe a arte de saber andar nem de salto alto e nem de escada rolante”

“Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada”.




 Será que é sempre necessário abrir o riso para a foto? Será preciso desejar bom dia sem ter essa vontade impressa no coração?  Parece até que nos comprometemos com essas situações mesmo quando realizá-las nos compromete rs, contraria a nossa vontade. Um exemplo simples disso é: a velha mania dos cariocas de ao reencontrar um estranho “conhecido” trocar um breve papo e dizer _ “Passa lá em casa”. Dizem isso sem ansiar pelo reencontro. Será essa atitude um eufemismo para o Adeus? Será que os que possuem esse comportamento se aliviam do peso de dizer adeus?...  _ “Vá viver a sua vida, até jamais”.
Tão claro como a escassa água límpida é que falo sobre convenções, essas normas que nos habituamos a seguir muitas vezes sem questionamento prévio. Não seria exagero dizer que quase todos os comportamentos humanos estão relacionados a ela. Até mesmo a digníssima moral, prezadas por muitos como se fosse uma especiaria da virtude, é regida pela famosa convenção. A convenção se esconde atrás de muitos valores, é um mal necessário, um pilar das civilizações? Uma merda total travestida de bom senso?  Sei lá, mas sei que ela rege muitos valores como: justiça, amor, piedade, temor a Deus...Tudo que conhecemos pode ser classificado como um conjunto de normas “legalizadas” pela sociedade.
E então, quem é você leitor? Talvez alguém que precisa de uma calça nova porque assim disse a mídia! Quem sabe alguém que apesar de acordar mal humorado faz questão de cumprimentar todos os falsos vizinhos.

Nota do autor
Um agradecimento especial ao meu primo, leitor e colaborador com a divulgação do blog e até mesmo a sugestão desta temática. Valeu, Nicolas.


sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Liberdade?




 Liberdade, palavra que dispensa consultas ao dicionário. É simples dizer que o ato de ser livre representa tomar as suas próprias escolhas, seguir o caminho escolhido. Mas, como podemos falar em liberdade se independente de escolhas, cultura, já nascemos presos a algum sistema. Somos programados de acordo com a educação que recebemos, em alguma culturas é preciso manter a honra, em outras ser um homem de negócios. Na verdade, nascemos programados para sermos colecionadores de troféus, troféus que nos façam grandes diante dos nossos iguais.
 Diante de uma reflexão mais profunda, o que é a liberdade? Será o ato de poder tomar as suas próprias decisões e arcar com as conseqüências? A verdade é que não conheço nenhuma espécie de liberdade! Talvez ela parta da noção de certo e errado, noção essa que varia de acordo com a cultura  em que o individuo está inserido.
Ter asas, ser realmente livre é uma questão que não engloba a todos os seres. Tratando-se de religião, praticamente todas as que conheço oferecem alguma espécie de paraíso caso o praticante siga as regras, do contrário ele está destinado ao inferno ou a alguma espécie de redenção penosa pós-morte. Então o que significa ser livre? Como é possível ser livre com tantos regulamentos oprimindo o homem? Será que existe a liberdade? Acho que não, no final tudo se resume a faça o que eles querem ou condene-se!
Queria eu poder tomar as minhas próprias escolhas sem ser condenado por elas, no meu caso nem se trata de escolhas tão drásticas, eu só queria poder viver, tirar o meu sustento através das minhas paixões e amadurecer para reconhecer a melhor forma de amar, a melhor forma de fazer o bem (segundo o meu critério).

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Música, (dádiva divina).


“Porque o meu canto é a minha solidão, é minha salvação”.

“Por isso uma força me leva a cantar, por isso essa força estranha no ar”.

Força estranha, talvez esta seja a melhor forma de definir está dádiva que é a música? Até mesmo a bíblia nos dá a certeza de que ela estará presente no céu! Hoje, me peguei fascinado, dominado pelos seus mistérios. Que força é essa que como uma dama sedutora nos convida para sair? Que força estranha é essa que através dos fones nos embala, no trânsito, e nos transporta de uma viagem estressante para o que realmente uma viagem deveria ser, um passeio por diversos reinos, uma contemplação de diversas realidades, um panorama dos subúrbios dos sentimentos.
Que mistérios residem nesse emaranhado de notas que a constitui? Que poder a faz levantar aqueles que há tempos estavam desanimados? Por outro lado, que magia é essa que faz emergir a podridão de amargas lembranças? Será ela uma espécie de droga, ou, quem sabe uma centelha divina contida em nossos espíritos? Não sei, mas creio que talvez até seja as duas coisas. Pois, há muito tempo ela está comigo e isto sempre foi algo mágico e espantoso. É espantoso quando vejo histórias minhas serem narradas pela voz de outra pessoa! É espantoso acreditar que sem ela eu não teria metade da voz que tenho hoje, metade da consciência de vida.
Quem é ela? Creio que a mais fiel amante de um homem, pois está sempre disposta a acariciá-lo nos momentos difíceis. Com ela faço as minhas melhores orações, explano no frio do quarto as dores de amores perdidos. Com a ajuda dela reconheço as mazelas do mundo, me torno ator, compro passagens com escalas diretas para qualquer mundo, qualquer realidade.