terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Tolas paixões?

Permiti-se ou fugir? Quase sempre corremos antes mesmo de aprender a andar, com a alma aos pedaços, exaustos, secamos sob o sol! Será que estamos mesmo encharcados ou apenas sem lenço nos banhado em lágrimas? Que sublime ridículo é esse que nos empurra eufóricos para o maior precipício? São tolos todos aqueles que se engrandecem de humildade, são tolos aqueles que se entregam à crença que se algemar é estar em liberdade? Onde repousará os dias de pranto aquele que tornou do outro o seu maior abrigo?


As paixões são caravelas submissas aos desejos do mar, as paixões são aventuras que com sangue temos que pagar. E o que dizer das dores que trazem? Talvez sejam iguais as dores do aleijado ao lembrar da ausência do membro amputado! São tolas todas as paixões carnais ou somente ensaios para o amor sublime?

Segundo a psicologia, os doces devaneios da paixão duram em média em torno de dois anos, após esse tempo os seres tendem a migrar para o total desinteresse ou para alguma zona de conforto. Contudo, será que sempre após esse prazo elevamo-nos as maravilhas do amor? Infelizmente vejo que geralmente esse fato não se constata! Às vezes parece que o que nomeamos amor nada mais é que uma saudade inventada. Porém, o que seria da vida sem o estímulo dos erros, sem a graça divina da ingênua imaginação? Afinal, o quanto custa acreditar, o quanto custa confiar e esperar? Quem sabe é somente “a vida a arte do encontro, embora nela existam tantos desencontros”.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Lembranças


São marcas profundas ou águas escuras que o tempo se incumbe de arrastar na correnteza dos dias? Seria o homem menos inquieto se pudesse selecionar a bagagem que deseja levar consigo? Talvez! Contudo, por mais que seja dado ao homem o livre arbítrio isso ainda não o torna o único autor de sua história. Vivemos dispersos no hoje, com a pesada ancora do passado a nos estagnar e o invisível do futuro a nos encher de ansiedade!
Há quem diga que o remorso é para os fracos, existem também aqueles que simplesmente não voltariam atrás pelo simples fato de que ao consertar seus erros precisariam abrir de parte da constituição do seu eu. Literalmente errar é aprender, mas ainda assim soa injusto que um único erro possa comprometer por completo a existência de um ser. E nos casos em que o destino escolhe as histórias nas quais quer representar o carrasco... Será que até mesmo nessas circunstâncias é cabível ao homem a sentença de ter que carregar à pesada cruz das memórias? Talvez a atitude mais prudente seja enterrar as lembranças negativas e assim selar o passado num tumulo sem lápide, porém mesmo assim “como é difícil conviver carregando um cemitério na cabeça”.
Será a história apenas um misto do doce e do amargo na surpresa dos dias? Que estranha força é essa que escolhe por nós a vida que teremos? E se fosse o homem como ilhas perdidas! Estaríamos distantes dos distúrbios do mundo ou apenas teríamos um acumulo maior de lembranças felizes até a chegada de algum cruel colonizador? Todavia, parece mais que tudo que somos faz parte de uma voraz correnteza onde a água ora segue clara, mas às vezes turva e confusa!