Vitrines da feira, doces, balelas, liberdade engarrafada, alegria industrial,
colesterol comercializado pelos corpos nus e esculturais. Vamos, é agora a vez da sabedoria do gaiato, a
sabedoria dos cabelos brancos, solitários no banco da praça! Pois, “em terra de
cego quem tem um olho um rei”, ou, será apenas esquisito, minoria explorada
deixada à margem? Este é o mundo “todo mundo sabe, ninguém que mais saber”
exceto quanto trazes no bolso, onde moras e o modelo do carro. Mas, cuidado,
preste atenção! Caso ande com porcos certifique-se apenas o que comem, de quem
tiram... Lembre-se das marcas, não chafurde na lama, enfeite teu corpo, mas não
perca a conta das pérolas e porcos.
Está cansado leitor? Anda leia um pouco mais, ignore o parágrafo das
poesias baratas! Será apenas convenção literária? Não sei, caio mais para o
desabafo, e troco angustiado os canais da TV, sofro com as ideias antigas, com
o riso malandro. E essa mulher... Ah, essa mulher... Que se foda essa mulher,
não tenho carro, e sei também que uma pança de cerveja não garante uma loura
dessas! Como sei também que orar a Deus nem sempre nos torna o bem sucedido das
vinhetas da recorde! Pois é, um salve para toda mentira universal.
Mas, sabe amigo, qual é a pior parte? Não sou neguinha, não sou Portela e
já nem dou trela. Há tempos cansei dos jogos do mengão e, ah, como eu adorava o
mengão, via sempre também os jogos da seleção. Torcia para que os garotos
trouxessem o caneco, mas me dei conta que há tantos de nós desempregados. Quem
vai torcer por nós, quem nos dará patrocínio? De tapinha no ombro tô cheio,
desta filosofia pobre, da disciplina do bar, e de irmão Caim.