quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Guera civil no RJ.


25 de novembro de 2010, Vila Cruzeiro, Rio de janeiro.  Tanques de guerra avançam pela comunidade, são recebidos com palmas. A população local louva a iniciativa das tropas da polícia militar que com a ajuda de um grupamento especial da marinha invade o morro. Jornais de todo o país reportam o ocorrido, alguns preferem dar enfoque ao sucesso da operação, outros alardeiam o absurdo número de 30 mortes.  Independente do ponto do vista a cidade está em chamas, aproximadamente 28 veículos foram incendiados na região metropolitana no decorrer do dia e ainda prometem uma madrugada de sangue. E estes números correspondem apenas até este momento em que escrevo.  Outro fato é que todo esse caos originou-se da resposta dos marginais contra as políticas públicas de implantação de UPPS nas favelas. É espantoso observar o caos que esse poder paralelo pode gerar na cidade, realmente precisam ser repreendidos. Entretanto, ficam algumas perguntas no ar... Os marginais serão capturados ou a maior parte permanecerá a solta? Que local será eleito como nova sede desses contraventores? Todas essas perguntas até possuem resposta, ou suposições... Mas, vamos deixar que o tempo e a vontade do poder público nos apresentem as verdadeiras respostas.
Talvez o melhor para a saúde dessa crônica seja questionar a origem disso tudo.  A hipócrita política do governo é limpar a cidade e seus arredores para receber tranquilamente os jogos olímpicos e a copa do mundo. Muito capital está sendo destinado para a realização dessa esplêndida maquiagem na cidade. Enquanto isso, o Rio continua a perecer com a falta de atendimento médico nos postos e hospitais. Ou seja, a população que necessita desses serviços sofre, agoniza e morre. E o absurdo desse fato só serve para virar escândalo nos noticiários de TV. O que falar da educação que continua ficando em segundo plano? Com políticas como essas que tem como prioridade apenas realizar uma maquiagem na cidade e acabam ignorando à saúde e à educação como podemos afirmar que episódios como esse não se repetirão futuramente. Afinal, uma população abandonada, crianças crescendo abanadas ficam mais propicias a se revoltarem no futuro. Será que a melhor atitude que o governo tem a tomar é embalar o berço do futuro caos?
Voltando as indagações que deixei a cabo do tempo, o que acontecerá se os grupos criminosos migrarem para outras regiões do estado do rio? Regiões como a baixada fluminense de destaque turístico quase nulo e menor importância econômica. Irá o governo medir os mesmo esforços para eliminar o crime organizado?
Por fim apenas torço para que as autoridades não continuem mantendo essa postura de maquiar os problemas sociais empurrando o caos para o futuro ou para outras regiões.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Esperança


“É preciso acreditar num novo dia, na nossa grande geração perdida, nos meninos e meninas, nos trevos de quatro folhas. A escuridão é ainda pior que essa luz cinza”.
Se ela não basta o que nos arrasta, se ela se cala o que nos consola? O que fazer quando mesmo ao olhar para frente não há sinais de bom tempo? Será a esperança o único pilar a manter o homem quando tudo que resta é dor e solidão? A verdade é que cultivar a esperança em dias difíceis trata-se de uma grande virtude. Afinal, geralmente, nesses árduos momentos a atitude mais comum é deixa-se cegar pelas brumas do desespero. E quantos metros um homem cego e desesperado pode caminhar sem cair?
Será a esperança um nobre sentimento aliado a questão da? Será que a energia dos bons pensamentos é realmente capaz de influenciar na ordem dos fatos futuros? Sendo assim, estará aquele que não cultiva a esperança, aquele que já não nutre os seus sonhos, estará cavando uma cova sob seus pés? De fato ter esperanças na realização dos próprios sonhos é extremamente necessário para a saúde da longa caminhada que é a vida humana. Entretanto, se faz necessário considerar os truques do destino para que uma simples queda não se transforme em uma avalanche. Outra verdade é que devido ao despreparo para derrota e a estupidez de concentrar todas as forças em um único alvo nos afastamos da sabedoria de compreender que novos sonhos também se constroem no desvio da rota. Sim, é preciso ter esperanças! É preciso acreditar num novo dia, é preciso ter coragem para remar contra a maré e seguir viagem. Assim como também é preciso ter cuidado para não contaminar à esperança com delírios e fúteis anseios.

sábado, 20 de novembro de 2010

Vida virtual?!!?

Cabos de fibra ótica, conexões via wi-fi conduzem as informações que utilizamos no dia a dia, porém atualmente parece que elas desempenham um papel maior que este. A nova tecnologia vem sendo a responsável não apenas por conectar nossos aparelhos eletrônicos a informação, já que agora é através dos cabos e das novas conexões que é conduzida a adrenalina que acelera e aquece os corações humanos. Sim, o mundo virtual a cada dia ganha mais espaço nos lares da população, é com a ajuda dele que muitos soltam as sua melhores gargalhadas. Cada vez mais crescem as estatísticas das pessoas que preferem buscar um “amor” via web a se arriscarem em aventuras palpáveis pelas ruas. Será que o mundo se esqueceu do sabor de se reunir apenas para rir e contar histórias? Será que esquecemos o doce romantismo da noite?

Não é preciso gastar muito tempo para se perceber que ao longo dos anos o homem tornou-se melhor em construir paredes do que pontes. Tornamos-nos reféns do nosso próprio sistema, escravos da nossa violência e incompreensão. Somos prisioneiros da nossa própria segurança, estamos ilhados em nossos quartos e nada nos conecta de fato aos corações vizinhos. O que será do mundo na ausência do toque, na impossibilidade da verdadeira troca de olhares? Talvez a resposta para essa pergunta não se encontre tão distante. Afinal, a nova moda é lotar de fotos os perfis nas redes sociais. O prazer da primeira vista já não se dá através da captação instantânea da retina, mas sim das lentes de alguma câmera digital. A tarefa de modificar a imagem de uma pessoa já não cabe mais ao coração, este trabalho agora é executado por algum editor de imagens.

Não há como negar os avanços e a praticidade que a tecnologia trouxe para a vida de todos, do mesmo modo é inquestionável o fato que ela está mudando a maneira das pessoas se relacionarem. Existem até aqueles que dizem que via web se conhece primeiro as ideias de uma pessoa, todavia o que geralmente se vê nos chats são Nicks esdrúxulos ou aqueles que fazem alusão a status social. Será esse progresso virtual é realmente um sinônimo de evolução? Bem, o fato é que essas novas tendências chegaram para ficar e o alerta é que precisam ser avaliadas. É claro que há relatos de relações sólidas que surgiram através da internet, contudo isso só é possível quando se deixa a autopromoção de lado, quando nos despimos de tanta maquiagem. Outro cuidado que se deve tomar é para que a tecnologia não nos torne frios como as máquinas, nãos nos privem do contato social original.

sábado, 13 de novembro de 2010

Buscas intermináveis.

Após a guerra, a inevitável queda, a eterna luta contra o carrasco do eu. De todas as coisas restam sempre miragens, feridas e vaidades. Se a vida é uma estrada não nos atrasa o transito, apenas flerta conosco o tempo. Se a paciência é a virtude essencial, como tê-la quando nos afoga a solidão? Como tê-la quando tudo o que há é ausência e feridas provocadas pela paixão? Como lidar com o desprezo, com as relações por interesse? Como lidar com tantos males quando tudo que se deseja é apenas trocar o bem?


Sim, é preciso mudar, é preciso fazer boas escolhas! Entretanto, nem sempre é possível seguir invicto se nunca oferecem apoio. Mais do que tudo se faz necessário dominar a arte de pensar, não escravo do mundo, não escravizar e nem mesmo se tornar escravo dos próprios medos. A vida é apenas a luta do agora! Será que há benefício em se perder duas vezes no passado? Talvez não, talvez seja melhor guardar as lágrimas para as músicas, talvez seja melhor recordar acompanhado, seguro, envolto em poesia.

Quem dentre vós e capaz de ignorar o chamado do mundo e buscar por si? Nesse tempo revolto vivemos buscas intermináveis. E para os que têm sede, buscar sempre é preciso... Quem pode negar que às vezes um grande erro é o ponto de partida para grandes acertos? Sorte de quem que se questiona e também sorte daquele que se perde, mas busca sempre se encontrar. Será a vida a guerra entre os opostos? Afinal, não há um bem sem mal, começo sem fim, amor sem ódio. Quem é capaz de cair e levantar, de amar e trair, de sofrer e dançar?

O melhor talvez seja não ficar parado! Todos precisam perder algo, todos precisam comprar uma busca. Afinal, nem sempre a vida é feita de chegadas, às vezes o melhor é a caminhada, quem sabe o desvio da rota.

sábado, 6 de novembro de 2010

Vida e morte, um casamento?

A cada segundo diversas células morrem em nosso organismo, somos um conjunto de tecidos, sangue e ossos em constante fase de desgaste e renovação. Vida e morte se abraçam, dançam juntas a valsa de um baile universal, não passam de duas amantes a jorrar o seu gozo no cosmos. Então será que somos o fruto de um estalo gigante, somos apenas poeira de estrelas? Não sei, porém parece impossível conceber à vida sem antes considerar a morte, então por que a evitamos, qual é a razão para tanta negligência? Considerando a limitada consciência humana, ignorando às leis do universo... Qual é o sentido de um começo sem fim? É preciso zelar pela morte, afinal é ela que dá motivação para o homem buscar um signficado para a vida. É preciso fechar os olhos para o medo! Já, que como conta a história maiores foram os homens que se lancaram nos abismos sem fundo recusando o medo. Será que na realidade não existe medo da morte, apenas medo de viver?

O ciclo vida e morte se faz presente nas situações mais corriqueiras, entrelaçando-se desde a magia da semente até o despencar da folha. A vida está no nascimento e também na renovação após a decomposição da árvore, e o mais absurdo é que esse conhecimento é possuído por todos que nada aprendem com a morte

Talvez a melhor forma de aceitar a morte seja celebrá-la, um exemplo disso ocorria num antigo costume da cultura chinesa; onde os familiares organizavam uma grande festa para honrar à vida de seu ente querido falecido, quanto maior a festa maior mais o falecido era honrado. Quem sabe em breve o restante do mundo possa ter uma postura de menos temor à morte, já que mesmo ignorando posturas religiosas é possível ver na própria natureza que a morte não é fim, ela é apenas um recomeço.