quarta-feira, 2 de março de 2011

Eutanásia.

Na alma resta um único desejo, ter a carne coberta por um longo manto de paz. E as horas de vida traduzem-se somente em múltiplos segundos de sofrimento e o palco da vida torna-se apenas sede para um espetáculo de dor. Não seria uma morte amena a melhor alternativa para os casos onde já não há como se preservar o pleno vigor da vida? Será possível a existência de uma boa morte? E a quem cabe julgar a circunstância em que a manutenção da vida faz-se desnecessária? A resposta mais lógica seria ao doente, mas e quando este já não pode responder por si? Será a escolha pela morte ou pela vida uma opção da família, dos médicos?


A palavra eutanásia possui sua origem no grego eu (bom) e thanatos (morte)! A ideia de encurtar o sofrimento daqueles que já não podem viver em condições normais permeia pelas sociedades humanas há muito tempo. Um exemplo disso é o Egito onde Cleópatra VII criou uma academia para estudar formas menos dolorosas de morte. Há também o registro dessa prática em povos mais modernos como o caso da Holanda, Estado de Oregon (EUA), Alemanha, França e Japão. Nesses locais a prática da eutanásia foi aprovada desde que em casos de morte cerebral ou morte iminente.

Apesar da prática da eutanásia ser uma ideia antiga e bastante divulgada através de filmes e etc, ela ainda encontra muita resistência. Resistência essa que se dá através de diversos meios sociais, a eutanásia é vista com maus olhos por diversas religiões e até mesmo por muitos médicos. Porém, a quem cabe julgar o quanto se deve condenar alguém a viver pela metade? No Brasil a eutanásia ainda não é uma prática legalizada, será que nossos governantes se julgam os proprietários da vida alheia? Afinal, a quem pertence à dádiva da vida? Muitos responderão a essa pergunta com apenas uma afirmação, pertence a Deus! Contudo, essa resposta não é suficiente para resolução desse problema tendo em vista que cada pessoa se relaciona com Deus de maneira diferente. Um exemplo disso é o caso dos budistas que por acreditarem que a vida não pertence a um ser supremo não se opõem à eutanásia.

Fato é que todos queremos uma boa vida, será injusto pode desejar uma boa morte quando essa escolha se faz possível?