quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Encontrar-se


No decorrer dos anos, é comum que se perca a conta dos passos percorridos. Também é normal que o tempo se incumba de modificar a lista de projetos pessoais, anseios profissionais, inclusive a lista de amigos.
No entanto, esta tarefa de encontrar-se, definitivamente, não é das mais fáceis de serem cumpridas, pois não basta apenas deixar tudo a encargo do tempo.  Outro equívoco é julgar que se encontrar resume-se apenas a alcançar as metas pré-estabelecidas pela sociedade, afinal, esta questão é absolutamente subjetiva. Por exemplo, alguns jovens provam-se ao máximo de viver os ditos prazeres triviais pra se dedicarem somente às responsabilidades. Porém, será que ao seguirem apenas esta estrada de mão única tais indivíduos cumprem bem o papel de se encontrarem?

Diante de tais afirmações é possível afirmar que se encontrar não é um fato, exclusivamente, atrelado à idade. Afinal, para aqueles que possuem fé a vida é perita em conceder a arte do reencontro. Então que venha o novo, jovens pacientes, visionários, idosos atrevidos, a se descobrirem ainda que próximos ao fim da vida. Apenas venha, pois o mundo  está cansado de tropeços e precisa de fôlego novo!

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Um estalar dos ossos.


Tênue como o encerrar de um dia, numa leve mudança dos ventos, o anúncio voraz de um vírus alojado. Pois é, já bastava o assombro do salto do ponteiro do relógio! São as contas de nossos dias sempre a pagar! É o estalar progressivo dos ossos, um leve afrouxar dos músculos... Dias e mais dias sem deleite algum na cama! O que sobra é apenas febre, pois faltam filmes, canções, aventuras e espaço! Talvez seja este o tempo ideal de fazer as perguntas certas, de colocar a vida na balança e orar por vestígios de algum equilíbrio! Mas, convalesce o copo, não é o fim... Resta ainda à alma, resta ainda um Deus!
Quantas Odisseias a história destinou aos homens que viviam seus momentos finais? Que revelações são estas que saltam da tela da vida para amansar os corações? Será o suor o fruto de uma guerra interna ou apenas um indício de febre?
Sem claridade seguimos a evitar tais questões, afinal, é preferível descer a cortina do tempo e se esconder em solidão. Contudo, há também aqueles que ao confrontarem as limitações do corpo despertam para um novo qualquer... Há quem se divirta parado, quem reduza a velocidade com o simples intuito de apreciar a paisagem. Logo, nenhuma gota torna-se disforme, nenhum aperto prossegue sem apuração, expiação! Pois, nem sempre se trata do relógio, do impulso, da falta de ar... No entanto, quase sempre mais afasta a dor do que aproxima. Talvez a dor até nos aproxime enquanto espécie, mas anulados todos os devaneios sobre solidariedade quem sabe seja apenas a simples imposição do sofrimento uma engrenagem motora a renovar os enfermos.


quinta-feira, 6 de março de 2014

Ditado impopular!


Vitrines da feira, doces, balelas, liberdade engarrafada, alegria industrial, colesterol comercializado pelos corpos nus e esculturais.  Vamos, é agora a vez da sabedoria do gaiato, a sabedoria dos cabelos brancos, solitários no banco da praça! Pois, “em terra de cego quem tem um olho um rei”, ou, será apenas esquisito, minoria explorada deixada à margem? Este é o mundo “todo mundo sabe, ninguém que mais saber” exceto quanto trazes no bolso, onde moras e o modelo do carro. Mas, cuidado, preste atenção! Caso ande com porcos certifique-se apenas o que comem, de quem tiram... Lembre-se das marcas, não chafurde na lama, enfeite teu corpo, mas não perca a conta das pérolas e porcos.
Está cansado leitor? Anda  leia um pouco mais, ignore o parágrafo das poesias baratas! Será apenas convenção literária? Não sei, caio mais para o desabafo, e troco angustiado os canais da TV, sofro com as ideias antigas, com o riso malandro. E essa mulher... Ah, essa mulher... Que se foda essa mulher, não tenho carro, e sei também que uma pança de cerveja não garante uma loura dessas! Como sei também que orar a Deus nem sempre nos torna o bem sucedido das vinhetas da recorde! Pois é, um salve para toda mentira universal.

Mas, sabe amigo, qual é a pior parte? Não sou neguinha, não sou Portela e já nem dou trela. Há tempos cansei dos jogos do mengão e, ah, como eu adorava o mengão, via sempre também os jogos da seleção. Torcia para que os garotos trouxessem o caneco, mas me dei conta que há tantos de nós desempregados. Quem vai torcer por nós, quem nos dará patrocínio? De tapinha no ombro tô cheio, desta filosofia pobre, da disciplina do bar, e de irmão Caim.