quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A hora da chepa.

Num tribunal de feras recebemos na cara as frutas podres do fim da feira, acorrentados, escarnecidos e vilipendiados somos vitimas de nossos próprios erros, intitulados como bêbados, ladrões, criaturas imundas e indignas. O que nos coloca a bater o martelo? Que certeza maior é esta que nos torna júris da dignidade? Que compreensão pirotécnica é essa que entende os seus erros com um deslize e classifica sempre como avalanche os escorregões alheios?


Impiedoso e invisível tribunal... Por que não o vemos e mesmo assim tanto o tememos? Será o desejo por justiça o que move a fúria da insana corte? Mas, talvez seja somente um receio de ser descoberto e um dia tornar-se réu. Sabemos bem que é sempre melhor manter os segredos! Só o bobo da corte é despido de segredos, só o fétido vendedor de peixes cospe, insanamente, e logo é condenado. Seu crime? Despir-se em público e puxar o tapete, revelando um chão repleto de estrume.

No tribunal da feira as palavras se repetem, o preço é sempre negociável, tudo está em promoção. No tribunal da feira é vergonha chegar atrasado! Maldito júri, esquece-se sempre que as melhores laranjas já foram compradas... Mas, e daí? Dizem que é nobre comprá-las inflacionadas, produto fino e importado... Suco com anúncio engraçado “The Best fruits of Brazil”. Algum problema? Falta de respeito! Que nada! As melhores ideias a serviço do rei, senhor da verdade. Aliado de Deus? Lembre-se sempre é só ir à mesma loja. Os mais novos valores já vendidos parcelados, nos filmes e nas telenovelas.


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