segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Carrasco do eu!


"Life won't wait for you, my friend".
Life won,t wait / Ozzy Osbourne/ video

Tradução da letra Life won´t wait ( A vida não vai esperar ) e audio.

Quem é aquele que executa a cruel sentença, aquele que nos apresenta a sola dos nossos pés? Diante dele tudo é azedo e toda tarde é sempre madrugada, é sempre tudo distorção, desespero e falta de ar. Quem é aquele que nos algema e nos dá o tratamento digno do pior assassino? Diante do espelho, esbarramos com ele e o nomeamos reflexo! Sim, geralmente o eu é o pior carrasco do eu, somos os nossos piores inimigos e possuímos o péssimo hábito de podarmos os nossos planos como se fossemos uma árvore. Evidente que fatores (problemas) externos precisam ser levados em conta, mas não será uma escolha própria a intensidade com que se deve se abater com eles?
Carrascos do eu são as palavras ditas, a reclamação cotidiana, a preferência por pensamentos pessimistas, ou talvez seja melhor dizer no cultivo de pensamentos pessimistas?  Afinal, por que não afastá-los quando eles vêm à mente? Será realmente necessário cultivá-los, será saudável? Creio que não! Carrascos do eu são o medo do erro e também a falta de tentativa, já que o perdedor não é somente aquele que falha, mas também aquele que desiste. Palavras tolas essas? Sabedoria popular, talvez sim... Porém é importante ressaltar que nada do que possa ser dito aqui será um “lugar comum” tão idiota como o velho potencial humano de se auto flagelar. E por que fazemos isso?
São inúmeras as razões para alimentarmos o carrasco do eu, talvez façamos isso por reconhecê-lo como maior e mais forte, talvez seja somente pelo fato de estarmos acuados demais. Mas, é possível estar fraco e ao mesmo tempo ser forte para se auto sentenciar? Fato paradoxal esse, não? Bem, às vezes eu sou um carrasco de mim... Quem não assume essa postura às vezes? Mas, eu cansei de ser, me reconheço melhor e vejo que já passou o tempo de me punir. Talvez a única forma de exterminar o carrasco do eu seja se reconhecendo melhor, tarefa complicada para quem está dentro de uma crise. Entretanto, não podemos virar reféns de nós mesmos, por maiores que sejam as culpas, mesmo que sejam imensos os empecilhos, mesmo que o medo seja como um vendaval. Não é bom abandonar-se. Não é bom aceitar a cegueira do desespero, não é bom estar cego no ápice da guerra. É preciso vencer a batalha!

Um comentário:

Carla Reichert disse...

Ser carrasco do eu é a melhor maneira de sentir piedade de sí mesmo, masoquismo, auto-flagelo. Mesmo no meio de tantas dificuldades,´se não chegar a superfície para respirar morrerá.
Assim muitos enlouquecem. A vida é simples nós que complicamos tudo. E ha...como somos "experts" nisso.
Seja por coisas que lutamos e não conseguimos, seja por desejos que surgem obscuros, seja por algo que buscamos longe demais e depois morremos na praia, o que for....tudo poderia ser mais fácil, masi simples, menos complicado.