terça-feira, 9 de agosto de 2011

Timidez

No momento exato, é sempre ela a matar os anseios de possuir o inconquistável. De tão cruel tal como o verme anuncia-se e cresce aos poucos, primeiro no suor frio a escorrer pela fronte, alastrando-se rapidamente até as mãos, e por fim culminando num amargo nó na garganta. Será a timidez um mal dos que mal se amam? Que força é essa que nos induz a renunciarmos a relíquia do eu, a força e o direito de expressão? Para alguns a timidez é a fuga dos holofotes, esconderijo ideal para os que evitam cansativos julgamentos, álibi perfeito para os que tramam uma revolução! A timidez é ingênua, elegante, às vezes triste, mas soa bela se representada por um coral de gente vazia e ignorante!

Inevitável é nascer tímido e inevitável é nascer “deslocado” e ainda assim perceber-se tímido. Talvez a timidez seja o comportamento mais natural diante do novo, todavia, há aqueles que nasceram para o novo. Será que a eles são reservadas as fortunas do mundo? Talvez... Mas, muitas vezes estar tímido é estar em si, falando alto calado, arquitetando o novo.

Indesejável, refutável, a timidez é o excesso de saliva que precede o beijo. Para alguns é sangramento que não pode ser cauterizado. Para outros uma praga a ser vencida após inúmeras sessões de terapia, aulas de teatro e frases ditas para o espelho. A timidez é um lugar fora do palco, mas quem sabe também o merecido repouso para um artista!





2 comentários:

Mário Machado disse...

Fui tímido por muito tempo no inicio da minha adolescência, mas ai veio o esporte e a confiança que advém dele.. ai passei a falar em público (coisa que adoro hoje em dia) e por ai vai.. não sei bem o que quero dizer com isso são apenas palavras que suas palavras evocaram.

Abs,

Sayuri Suguino disse...

Adorei o texto, parabéns pelo blog!

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