Naves espaciais, chuva de meteoros, guerras travadas entre árvores que a
imaginação se incumbia de transformar em gigantes robôs. É impossível recordar
de um período tão rico como a infância sem citar o universo lúdico que a
compunha... Um instante a mais de reflexão e sinto que o texto ficaria
incompleto caso eu excluísse as minhas aventuras pela terra do nunca. Sim,
enquanto menino jurava que podia visitar a terra do Peter Pan ao abrir o baú da minha
antiga cama!
Ah, infância por que precisei me afastar dos teus ingênuos prazeres?
Talvez julgasse menos ingrata a vida se o passaporte para inúmeras viagens não
fosse o dinheiro, mas sim a fértil imaginação. Afinal, como poderei hoje
transformar-me em herói, casar mil vezes sem sofrer as dores da separação? Como
poderei adoecer e falecer, mas ainda assim erguer-me dos mortos para reclamar
minhas honras por direito?
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