quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A arte de dizer não.

“Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira”.

“A hora do sim, é um descuido do não”.

Palavras são chaves, estradas que conduzem o homem a caminhos de redenção ou devastação. Por isso ao dizê-las, no instante em que o ar vibra as cordas vocais e torna-se mágica, é preciso cuidado! Será o sim um descuido do não? Às vezes sim, já que muitas vezes é comum se desviar da própria vontade apenas para satisfação alheia. Afinal, leitores, quem dentre vós já ficou um pouco mais querendo ir embora? Por diversas vezes, emprestamos o melhor de nós apenas por não possuirmos talento para recusar. Entretanto, a cada sim sem vontade que dizemos para alguém estamos recusando a nós mesmos! Agindo dessa forma nos tornamos nossos próprios carrascos...Que doença é essa que faz alguém preferir jogar-se numa prisão apenas para ceder as escolhas do outro?
Deixo expresso que o intuito deste texto não é estimular um individualismo cego, já que também creio na doação como uma outra forma de arte. Mas, tratando-se de arte bom entendedor é aquele que sabe interpretar as intenções. É impossível ser feliz sozinho, sem reconhecer à dádiva da doação, mas ao mesmo tempo é impossível ser feliz negaceando sempre a si mesmo. Então cabe ao homem colocar os pesos na balança.
Quando se trata de mim, estou sempre a me policiar em relação a esse assunto. Às vezes entendo que o melhor é esperar o outro, ficar um pouco mais e ouvir. Mas, não quero que o meu sim seja sempre um descuido, não quero estar em segundo plano. Afinal, parte do conceito de ser livre é ter as rédeas das suas próprias decisões e fazer o seu caminho, seja ele de terra, asfalto quente, ou até mesmo repleto de espinhos.

Nota do autor

Um agradecimento especial a uma colega virtual, por ter sugerido o tema e ter me ajudado na escolha da imagem. Vlw, Rose.

4 comentários:

Rose disse...

O etermo dilema de doar-se ou negar-se. Poucas vezes o vi tão bem representado. Quando dizemos sim, é a nós ou ao outro? E o NÃO é para quem? ´ É sempre bom refletir...

Cláudia disse...

ser imdividualista quando tem-se tanto a doar ,é o estar-se preso por vontade... Mas até quando poderemos ser felizes,sermos egoístas ao pensar em si próprio ou generosos ao pensar no outro...

Anônimo disse...

Somos muito individualista.Tem que haver um equilíbrio entre o sim e o não.

Nicolas Campelo disse...

O bem-estar da alma do homem depende do equilíbrio entre estes dois extremos. Como dizia Hilel, de abençoada memória: "Se eu não for por mim, quem será por mim? Mas se eu for só por mim, o que sou eu? E se não agora, quando?"
É sábio o homem que consegue estar no equilíbrio entre esses dois extremos, o sim e o não, preocupando-se consigo mesmo sem deixar de reconhecer a dependência do homem em relação ao mundo do qual faz parte.