domingo, 16 de maio de 2010

Insônia


São cinco e meia, alguém tenta, insistentemente, ligar o automóvel para sair de casa. Talvez vá trabalhar, isso não me importa. Importa que permaneço aqui, deitado na cama, largado, enfrentando os meus pensamentos que se sobrepõem. Antes disso, terminava de ler um livro, assistia a vários capítulos de uma série que encontrei na Internet, Spartacus.
Agora, enrolo outro cigarro para dormir e me lembro do quanto desejo parar de fumar. Que vício absurdo! Acaba o cigarro e o tédio ainda está lá, nenhuma onda, nenhuma euforia.
São cinco e tantas. Quantos brasileiros estão sofrendo como eu agora? Lutando contra o tédio noturno, cansados do vazio nas salas de bate papo. O homem sempre foi sozinho, mas antes ao menos fugia de casa. Hoje, conhecemos as pessoas no chat, estamos escondidos atrás de uma máquina. Será que conhecemos mesmo as pessoas, será isso benéfico? Bem, mas esse não é o assunto. Eu falava de insônia, do desespero de estar deitado com as luzes apagadas tentando dormir, deitado no breu, mórbido silêncio, um vazio que me apresenta quem sou. Sou esse mesmo? Estou espantado e quero dormir.

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