segunda-feira, 24 de maio de 2010

Rotina



“Todo dia ela faz tudo sempre igual. Me sacode às 6 horas da manhã, me sorri um sorriso um sorriso pontual e me beija com a boda de hortelã”.

Quem de nós já não se deparou com ela?  Difícil é não a encontrarmos em um tempo como o nosso. Vendemos nosso tempo, nossos impulsos de vida, para conseguirmos o árduo sustento. E vão-se o que poderiam ser as nossas melhores horas, todas destinadas à pontualidade, a mesmice do mesmo ofício. Seguimos sempre os mesmos horários, enjoamos em nossas refeições e os pensamentos parecem que seguem, esquivos, rumo a imaginárias direções, dimensões de paz.
 Para algumas pessoas a rotina é apenas uma repetição desagradável, porém para outras ela encarrega-se de ser uma monotonia insuportável. Há também casos patológicos, pessoas doentes com dificuldades em manter relacionamentos duradouros, e até de permanecerem por muito tempo em um mesmo emprego. Estas pessoas se sentem deslocadas à medida que o pavor da rotina as afasta de ter uma vida normal, concluir cursos e alcançar realizações que exijam um grau maior de tolerância. A que nível de insatisfação chegam essas pessoas? Pessoas que de já tão deslocadas perdem a capacidade de obter conquistas. E o que é um homem sem troféus?
Apesar destas citações, o meu objetivo não é apenas realizar comentários sobre perfis psicológicos, já que me confesso como uma vítima da rotina. Avalio meu caso da seguinte forma: às vezes acredito que tenho que me apaixonar todos os dias. Creio que se apaixonar todos os dias é o melhor remédio para a rotina. É preciso paixão, pelas ideias, músicas, pessoas... Sei que isto parece um absurdo meio romântico, até fora de moda, mas me cerco sempre de absurdos mesmo. Penso em novos sistemas, na queda da hipocrisia vigente, e em paraísos conquistados por mérito.

Um comentário:

Luciana M. Nascimento S. disse...

A rotina é uma das coisas que o ser humano mais tenta não cair e sempre acaba caindo. Adorei o texto. =)